terça-feira, 26 de maio de 2009

Prosopopeia

Assim como sua biografia, são confusas as informações relativas as obras escritas por Bento Teixeira. Muitas foram lhe atribuídas. As principais são:

-Relações do naufrágio: De acordo com os estudos de Vernhagen, a obra é de autoria de Afonso Luís, piloto de uma nau chamada "Santo Antônio", citado em Prosopopéia.

-Diálogos das grandezas do Brasil: Segundo Capistrano de Abreu, a obra é de autoria de Ambrósio Fernandes Brandão.

Portanto, ao que tudo indica, Prosopopéia foi sua única obra.


Prosopopéia

Publicada em 1601, de grande valor histórico, a obra mais famosa do escritor é o poema épico, já citado, Prosopopéia. Nele, o escritor fala sobre a vida e o trabalho de Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro donatário da Capitania de Pernambuco, e seu irmão, Duarte. É a única obra reconhecida e aceita como de sua autoria. Além disso, é a primeira obra com finalidade meramente literária publicada em solo brasileiro.

Escrito em oitava rima, com noventa e quatro estrofes, o poema marcou o início do movimento barroco no Brasil. Ao que parece, a obra foi influenciada pelo poema Os Lusíadas, de Camões. Tal influência é percebida quando analisada a sintaxe, e a estrutura. A sintaxe é extremamente clássica, cheia de inversões, o que dificulta o entendimento por um leitor do século XXI. A estrutura segue de perto a da obra de Camões, como se percebe já de inicio pela existência de proposição (Onde apresenta o assunto da epopéia: cantar os feitos de Jorge d'Albuquerque), invocação (quando pede ajuda do Deus cristão para compor seu texto) e dedicação (o texto é dedicado a Jorge d'Albuquerque, visando ajuda financeira).

De caráter heróico, a suposta coragem e valentia dos irmãos é narrada em decassílabos. Os acontecimentos abordados dizem respeito as terras brasileiras e a região de Alcácer-Quibir, na África, onde os irmãos teriam se destacado em uma importante batalha. Ambos, teriam também sofrido com um naufrágio, quando viajavam na nau Santo Antônio.

Um comentário:

  1. Aê galera!
    Bão demais?
    Então... o blog está lindo.
    A parte relativa à história está ficando legal, mas há que se debruçar sobre o texto propriamente dito. Quais os comentários relevantes sobre o texto. É sempre interessante exemplificarmos. O que seria "oitava rima" para um leitor leigo? É interessante "mastigarmos tudinho" para o leitor despreparado. A grande diferença desse trabalho talvez seja a quem ele se destina. Não somente o professor "entendido" o lerá, mas sim uma enorme gama de leitores, o mais diversificado possível.
    Tem mais não - por enquanto -.
    Um abraço,
    Eduardo Maia

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